Visão errada sobre o amor

Crescemos com uma visão errada sobre o amor e, sem perceber, repassamos essa visão para nossos irmãos, filhos, sobrinhos, netos e por aí vai.

 

Aprendemos nos livros, filmes, séries e novelas que o verdadeiro amor é cheio de reviravoltas, medo, ansiedade, angústia e imprevistos.

 

Acreditamos que o amor, o verdadeiro amor, faz o coração apertar por medo de perder quem está ao nosso lado, que ele dá frio na barriga e faz as mãos suarem frio.

 

Somos ensinadas que tudo ficará bem no final, que àquela voz nos alertando que há algo estranho no ar é fruto da nossa imaginação. Afinal, se tudo parece bom é porque de fato está, né? Não!

 

Os mínimos sinais devem ser levados em consideração: "Pequenas" mentiras ditas para não te irritar. Te deixar sozinha durante momentos difíceis. Sempre priorizar as próprias vontades e deixar as suas de lado. Fazer você se sentir culpada pela forma que se expressa. Não se importar ou fazer pouco caso com o que você fala. Não contribuir com serviços de casa, deixando tudo sob sua responsabilidade, deixar você sozinha quando mais precisa de alguém... E por aí vai.

 

Estamos acostumados a pensar que o perigo está apenas no levantar da voz ou nas agressões físicas e sexuais, mas não. Tudo que faz a nossa autoestima, alegria e vontade de viver desaparecer é perigoso.

 

Você pode passar 10 anos com uma pessoa e descobrir que nunca a conheceu verdadeiramente, mas pode passar meses com outra e saber antes mesmo dela perceber que ela não está bem, só pelos sinais sutis que o corpo dela dá.

 

Nunca foi questão de tempo, mas de reciprocidade, cuidado e companheirismo. O amor é cuidadoso, generoso e pacífico. Não te dá medo ou desespero, mas, paz. Te faz doar e receber na mesma proporção, sem você precisar cobrar absolutamente nada. Não tem medo de estar indo rápido demais ou vergonha de quem você é. Não julga o seu passado ou como você se comporta. Encoraja os seus sonhos, participa deles e os faz se tornarem realidade, por mais bobo que seja (como montar uma árvore de natal com você, por exemplo, ou cozinhar junto).

 

Ah, o amor, se bem soubessem que nada se parece com os livros e filmes, não perderiam tanto tempo idealizando algo raso e que machucará no final. Tantos corações seriam preservados e tantas separações seriam evitadas.

 

Se eu pudesse definir o amor eu diria que é o monitorar da sua febre de 30 em 30 minutos, fazendo anotações para ter certeza que você está melhorando. Ou, que é estudar formas de abaixar a sua temperatura e preparar um chá para você, com bisnaguinhas, cereal e laranja e levar na cama para você comer. Ou, até mesmo, que é abrir a sua casa para te receber, mesmo te conhecendo há pouco tempo, sem se importar com o que vão falar ou de acharem que você está indo rápido demais, é deixar você organizar tudo do seu jeito, só para te deixar feliz, mesmo estando acostumado com algo totalmente diferente. Há tantas formas de definir o amor, mas essas são as minhas preferidas.

Karoliny Mesquita
Enviado por Karoliny Mesquita em 28/08/2023
Código do texto: T7871886
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.