Crônica do Passado

Não apenas por coincidência, a Natureza ergueu-se anjo tecido da esmeralda e das âguas cristalinas, para que apenas a luz penetrasse na pureza cósmica. Porque gerado no Amor Divino pela sensibilidade das Flores, o canto dos pássaros foi ao mesmo tempo sangue e consciência, posto em outra dimensão para além da matéria. O que é a riqueza personificada na cobiça dos seres inglórios, vista de perto é o circunferência delirante do Universo em Mutação, tão apavorantemente bela, que sua transparência contém a sacralidade selvagem dos espelhos estelares, desde muito se instalados na verdejante abóboda do reino elemental, aonde os anjos podem confidenciar aos colibris paixões que nutrem pelas almas solitárias. Assim é, que despidos das inúteis armaduras da Política e da Religião, integramo-nos ao mundo superior quando evoluidos ao estado de seres ambientais, cujos sonhos materializam-se em joias estrondosas de brilho revelador, ecotransparentes de impaciente altivez. Em um planeta dominado por criaturas numerológicas, o verde encontrar-se ameaçado não é surpresa, surpresa é das entranhas peroladas da Terra, gerar-se um anjo da limpidez voraz dos amores incompreensíveis, que nada mais são do que prece e desejo integrados ao coração que ainda suporta o sonho. No mais, aonde houver amor, a preservação abrirá o portão da santidade, para que a Natureza deixe o sangue na crônica do passado.