A Arte, e o novo Tempo 42

Da escuridão, que durou pouco, logo que os artistas saíram do palco, todos os holofotes foram acesos. Era o fim do espetáculo.

A pequena plateia levantara de seus assentos, batendo palma, sem muito entusiasmo.

O elenco volta para receber os aplausos.

Curvam-se um a um, de mãos dadas, de frente para o público. Extasiados. A felicidade transbordando de seus rostos, como prova de que estavam satisfeitos no dever cumprido. Exauridos da obrigação.

As Palmas são encerradas. Um a um da plateia vão se retirando apressadamente.

Poucas conversas paralelas.

Aquele que havia chegado por último no início do espetáculo, perdeu a pressa em se retirar. Quis observar a saída definitiva de todos os atores do palco.

Lindo cenário! Figurinos impecáveis dos atores.

Mesmo com toda movimentação, não desnudaram os trajes, estavam com ótima preparação física. Eram lindos! Tinham aspecto vivaz, mesmo depois de tanto contracenarem.

Por entre as cadeiras da plateia, agora vazias, havia o da limpeza apanhando o lixo.

Contudo, um solitário sentado em uma das cadeiras da frente, levantou lentamente.

Era um homem de meia estatura. Calvo, pele branca. Traço de povo lusófono.

Dirigiu-se para saída, sem olhar para trás.

Passando ao lado daquele que havia ficado por último, que estava sentado, comprimentou discretamente com o olhar circunspecto.

-----Olá!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 22/03/2023
Reeditado em 22/03/2023
Código do texto: T7746096
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.