Nosso amigo Dudu

Conheci o Reginaldo, (o nosso amigo Dudu) em meados dos anos setenta, onde cursávamos o primário de tempos idos, tempo inocente em que a educação engatinhava lentamente, e o nosso Educandário Felipe dos Santos fez marcar a história individual de cada um de nós, foi ali que aprendemos a sermos verdadeiros patriotas, e a gostarmos das nossas raízes, e principalmente à reverenciarmos o Hino Nacional, a Bandeira Nacional, mas principalmente a valorizarmos os nossos mestres, (professores) e a temermos as palmatórias, quando errávamos a tabuada, ou agíamos errado no que se referia aos nossos colegas de classe, ou professores, quis o destino, muitos anos depois nos fazer vizinhos... e hoje todas essas longínquas recordações faz doer qualquer coisa inexplicável em nossas almas, e eu ainda lembro daquele adolescente, de cabelos encaracolados, de sorriso e gestos amigáveis, e da sua sempre Zelinha, grande amor da sua vida, uma história de amor que presenciei desde o começo, e ao longo dos anos foram e fomos vencendo as tantas dificuldades de uma época não tão moderna como nesses novos tempos, mas que para cada um de nós foram etapas a serem superadas, e que vitoriosamente superamos... Dudu, o nosso amigo para todas as horas, alegres ou de dificuldades, em particular apesar de termos apenas dois anos de diferença na idade, eu me sinto um tanto órfã, de irmão, de vizinho e de um amigo muito querido, você bem ali do outro lado da nossa rua estreita, era para mim, um certo amparo, e incondicionalmente uma alegria imensa, saber que era só dizer; Dudu eu estou precisando muito da sua ajuda, e você prontamente sem discutir ou perguntar me atendia, enfrentamos separadamente cada um em suas famílias, tantos desafios da vida, mas sempre estávamos unidos quando um do outro precisava, sabe a rua Teresina, e esse nosso quarteirão nunca mais terá a mesma alegria, o mesmo brilho, os jogos do Ceará, nunca mais terão a mesma vibração, a Copa do Mundo, nunca mais será a mesma copa, o Altemar Dutra, o Nélson Gonçalves, não soltarão a mesma voz, sem a sua presença, à nos fazer lembrar das nossas músicas antigas, os sábados e domingos não terão o som da suas músicas, os nossos risos estarão sempre a lembrar com muita saudade de você, meu vizinho, que ficava em um portão de frente para o meu, e era só abri-lo e dizer Bom dia Dudu, e você respondia prontamente com um sorriso sereno, e dizia... Bom dia amor, tudo bem? Sempre ao lado da sua Zelinha. Anos e anos de dedicação ao trabalho, o Dudu, e o seu caminhão gigante, lotado de vacinas, quando saía nas manhãs, pelo interior do estado, ainda em casa, antes d'eu sair para o meu trabalho, de dentro de casa, ao ouvir o barulho do seu caminhão, de longe eu dizia, vai com Deus, que Ele te acompanhe Dudu, te leve e te traga em paz meu amigo... e agora nunca mais, nunca, até um dia, quando outra vez nos encontraremos. Que Deus te receba com os braços abertos, você sempre será o nosso amigo, por quem tivemos e sempre teremos apreço, amor e consideração. Obrigado por tudo Dudu. A sua lembrança nos acompanhará para sempre, peço a Deus que conforte os seus filhos, seus netos e a sua Zélia, a vida é desse jeito, temos que nos conformar com os desígnios dos nossos destinos, feliz daquele que no seio da sua família e com a graça divina se despede. Você, meu amigo, um pai, um filho, um amigo, marido exemplar, um irmão, um profissional de conduta idônea, um ser humano raro, deixou entre nós o maior exemplo de um ser que soube viver, a você desejo simplesmente que a eternidade seja o teu descanso, o fim dos teus anseios, o teu paraíso. Espero que os seus desejos de um Brasil melhor, por aqui, vá se concretizando. Obrigada por toda a alegria que nos deu, o amor fraterno é um sentimento universal, que supera política, religião, é amor somente, a dor é uma só. Eterna saudade... de sua amiga, Liduina.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 20/11/2022
Reeditado em 20/11/2022
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