Arte, e o Novo Tempo 5
Para quê toda a hierarquia angelical? citada por uma variedade de cultura, considerada como a base, a estrutura da realidade, cuja função primordial é a regência do Universo, de modo que a vontade de Deus, Arquiteto Maior, seja cumprida.
Tantas funções e atribuições, e sobre o cume, o mais profundo mistério.
Quando vê e sente nestas dimensões, a curvatura do profundo da Alma se expande, e a alma confabula, devolve em mitos, símbolos, versões e visões.
O pincel, a rima, a fala, a tinta, o quadro em branco; o palco é o cenário.
Os pés do dançarino ao solo. A pena, a caneta, o teclado de um computador, a impressão materializada.
É o artista. Ferro no fogo, entre o martelo e a bigorna. É o artista!
Exposto, pela Graça, ao insubordinado Mistério, Fonte Imorredoura, Deus. Diretamente em contato com os atributos Daquele que arquitetou, arquiteta, e arquitetará o devir.
O que tudo É, desde antes dos tempos. Sempre foi, e sempre será. Acima das hierarquias e das legiões de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, reina o mais profundo mistério, que tudo penetra, decorre e subordina. Vontade Suprema irrevelada!
Aqueles que O pressente, não ousam balbuciarem mais que algumas palavras ...não mais.
Os antigos tiveram mais coragem para tanto.
Um dos poemas grandiosos deixado pelos ancestrais da Terra. O livro Mahabharata. Diz um pouco do vislumbre do raciocínio Divino, quando idealizou a história da formação do povo indiano. Em sua essência, do homem indiano.
É um romance abreviado, tem por volta de 200 mil versos, cujo início da veiculação remonta há mais de 1.500 anos. Quinhentos anos depois de Cristo, adquiriu a forma de livro, teve mil anos para ser compendiado. Isto não quer dizer que seu conteúdo não soou de outras formas, de modo diversificado entre o povo indiano e o mundo oriental, há milênios antes, disseminado pelos mais variados manuscritos, em sânscrito e pela tradição oral.
É obra de mãos de muitas pessoas, que se popularizou depois de ser unificado, como a uma Odisseia.
Diz o indiano que nele contem tudo que existe. Tudo que tem no mundo, seja o referencial moral, ético, ou de outras vertentes da cultura de mundo, demonstra que teve seu referencial no Mahabharata.
Contudo, à obra, a autoria foi atribuída a Viasa, , que participa da narrativa, ao mesmo tempo que narra.
Viasa, é o nome dado aos compositor(es), e ou compilador(es) dos textos e poesias indiano.
Para João Carlos Barbosa Gonçalves, professor da faculdade de filosofia, ciências e letras da USP, mestre, especialista em língua e literatura sânscrita e hinduísta, é percebível, no estudo da obra, da busca da explicação da origem da identidade do povo indiano. Sendo que, de uma maneira indireta, serviu de base para outros povos, culturas, filosofias e religiões, valerem-se de tais saberes para enriquecer e fortalecer suas bases éticas, morais e religiosas no decorrer dos tempos.
Pode-se dizer, que Mahabharata participa dos alicerces da formação moral, ética e religiosa da humanidade.
É a história de uma grande guerra( ocorreu na realidade, para o indiano e algumas vertentes de historiadores, isto há mais de 2.000 anos antes de Cristo), onde há uma divisão entre povos, na busca de poder e de terra.
São primos, os dois grupos. De um lado, cinco irmãos, do outro, cem membros. A narrativa toma um partido, delimita quem é do bem, e quem é do mal.
Não é uma narrativa didática de quem vai ganhar ou perder, mas sim há preocupação no roteiro se o guerreiro vai lutar, atuando no mundo, ou se vai abandonar a guerra, e assim romper com os modelos da cultura onde vive.
Nos últimos tempos, os indianos deram sentido divinizado aos personagens e a história contada no Grande Livro maior, passando também ter para aquele povo, conotação religiosa.