Tão longe

 

 

 

É preciso ir... e entregar-se às vontades seja do que for,

sentar-se no balanço pendurado num galho da alma, fechar os olhos,

desatar as amarras que aprisionam, e atravessar descalço

os caminhos repletos seja de flores, pedras e de matos,

com folhas para todos os gostos, admirar o mundo verde, sentir o cheiro de vida,

em cada plantinha rasteira, coqueirais, ipês, palmeiras, ou bananeiras,

colher alguns galhos que excedem, das flores de laranjeira para voltando,

no jardim da solidão, o amor deixar florescer, quando os sonhos plantar.

 

E pensar distante, meditar, maior que a distância é a vontade de chegar ao outro lado,

é lá que a vida tem mais cor, nos sonhos viajar, deles voltar ou não,

sabendo não poder por muito tempo ficar! os sonhos são os próprios balanços no vai e volta,

assentam-se os pensamentos, ouvindo as súplicas da alma, tantos outros caminhos, não,

esses que busco, que me carregam o mais longe que puder, pelo chão e pelo ar,

a nossa alma amando, sabe onde tão longe, nos levar! E é preciso sempre ir,

mesmo que nunca consiga os seus desejos realizar, no balanço do tempo, é que nossa essência

faz com que nos transportemos em pensamentos, e sem querermos de repente num relance

nos encontramos onde nem imaginávamos chegar, quando retornamos, a nossa ilusão foge

à realidade, e a sensação que sentimos é que era preciso sim, termos ido, sabendo que se os sonhos

fossem somente um desejo da alma só um tantinho assim, renovar-se, e longe do amor,

outra vez saber ter amanhecido, no desejo de com ele ficar. Ele que mesmo tão longe,

amo como um dia jamais a minha alma soube amar.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 11/05/2022
Reeditado em 13/09/2022
Código do texto: T7513578
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