Abismo

Abismo

Minha alma é livre.

Mas meu corpo está preso,

na sádica solidão.

O abismo convida meu corpo a padecer,

sucumbir.

Neste vasto mundo

as cores são cinzas, frias e insólitas.

Os rumores de esperança se esvaíram,

extraordinariamente o mundo revira-se.

Perde-se do farol, o Norte.

Tudo e nada se fundem.

As ondas tragam o afagar da respiração.

os pássaros não gorjeiam.

As feridas abertas necrosam .

Meu corpo é morada tardia

de uma alma livre,

sem rumo, sem sina

sem vida.

Elza Sales

Pirritinha
Enviado por Pirritinha em 27/03/2022
Código do texto: T7482101
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