Quero Acreditar
Choramos quando nascemos, reclamando amor.
E procuramo-lo nos olhares de nossa mãe e do nosso pai, na expressão dos seus sorrisos e no carinho dos seus abraços, na empatia que acolhe as suas incomensuráveis compreensões dos nossos estados de alma e necessidades.
E procuramo-lo na interação com os nossos irmãos, amigos e demais figuras significativas com quem nos relacionamos.
E por esse caminho nos vamos estruturando mais ou menos equilibrados conforme a abundância de encontros ou desencontros com esse elemento básico que é o amor.
O amor tranquiliza-nos e ergue-nos quais pessoas que sabem estar na vida com ternura, nunca evitando os afetos.
Quando o amor não passou pela vida de alguém quando mais foi procurado e necessário, instala-se como que um estado letárgico, um estado onde o amor passa a ser um estranho.
Este estado de carência torna o ser humano em algo que não era suposto, num ser sedento de amor, quiçá arisco, desconfiado, reativo, impaciente, acuado, inseguro, vazio.
Quem esteve desde cedo habituado ao amor, reconhece-o em todas as suas formas e sabe aproveitar todas as suas manifestações, mas e os demais?
Num dia muito especial quero acreditar, que muitos dos demais perante algo maravilhoso, acordarão da sua letargia, abandonarão o vazio que os habita conseguindo enfim, enxergar que afinal, nunca é tarde, havendo sempre espaço para aceitar e viver em amor, reconciliando-se com a vida e apreciando o belo.