Os fins

Nasci em 87. À meia noite e trinta. Madrugada. 34 anos depois, ainda vivo. Último dia de dois mil e vinte um. Trinta e um. De dezembro. Sexta. Venta. E faz calor. O ano que perdi minha mãe. Que amei. Amei até sentir dor. Amor. Cuidei. Como um doador, me doei. Doei a pele, a alma, o ímpeto. Entreguei tudo. Que pude. Li. Escrevi. Ouvi. Errei. Errei como um tolo. Comigo, os amigos todos. Poucos, mas puros. Humanos. Humanos como eu. Que sangram. Que sofrem. E que fazem disso um grito. Um grito que estão vivos. Que venha manso e doce. Pois admito: estou preparado apenas para o que é bonito. Venha devagar, novo ano. E viva dois mil e vinte e dois. ❤️