O Novo Horizonte

Da última gota, do passado mais recente, desaguamos juntos no novo tempo. Leite derramado que dizimou o que era o normal.

Azedou o costume. Desvirtuou a condição social para o realizar da moral, da religião e do rito; do dizer como ora , cura , reza, estuda, reúne, diverte. Nada como antes.

Até mesmo para o mundo do entretenimento, do como criar sátiras do bestial cultural, do sem sal, da pueril ignorância humana para gerar vida.

Perdeu a graça rir como antes. Reinventar uma boa piada, viver na espontaneidade de sacudir a barriga por um riso trazido do fundo, de cara limpa, tem dado trabalho, para quem não via esforço para criar o hilário do cotidiano.

O novo normal traz ao ressabiado, mente que apalpa tudo, e conclui, mas não se convence, a mais absurda verdade, de que nada será como antes.

Olhar para a certeza que não seremos mais como antes, de quando éramos no conjunto, é poder estar próxima à conclusão de que, se a morte não nos alcançarmos antes, testemunharemos aquilo que revelará como sendo os primeiros tijolos da fundação de um novo tempo.

À que altura, ou à que profundidade chegamos, que impulsionará a raça humana a um novo como?

Assistindo a um filme sobre a história de um alpinistas, que havia escalado picos mais altos da Terra, e saído vencedor, tendo conseguido mérito como capitão de equipe de escalada, foi indagado em uma entrevista de como era sua sensação de ser um dos maiores alpinistas do mundo.

Respondeu: “ a montanha, ou a cordilheira, quem se dispor escalar objetivando alcançar seus picos, não aconselho ter como finalidade a conquista, mas sim, a busca de como acarinhá-la.

Com seus olhos em lágrimas, finalizou na resposta: " Não sou o melhor do mundo, mas sim meu parceiro, membro da equipe, que mesmo numa noite tempestuosa, há mais de 8.000 metros de altura, mesmo sendo orientado pelo grupo de resgate, de que seria suicídio tentar iniciar a busca de um parceiro ferido a longa distância, não desistiu ir ao seu encontro, que estava ferido em lugar inacessível devido a tempestade de gelo ocorrida pouco antes. O encontrando, vendo que não conseguiria voltar com o ferido, resolveu ficar para não deixa-lo morrer sozinho, sendo, por este motivo, acometido da morte junto com o amigo".

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Será, que neste novo tempo, que se revelará no amanhã, que ainda não se materializou, estaremos prontos para atuarmos na continuidade da aventura na Terra, mais apurados no vínculo fraterno, condição essencial que nos diferenciará das bestas feras, e da robótica. mantendo-nos na condição de irmãos?

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 26/10/2021
Código do texto: T7372081
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