Terra menina

-A morte da adolescente kaingang Daiane Griá Sales, de 14 anos

Que lugar é esse

Que não basta tirar o ar?

A pureza arrancada

De violência violada

Flor despetalada

Com a mesma gana

De destruir o belo

De rasgar a poesia

De pisotear o coração da Terra

Arrancaram uma florzinha

Condenando ao luto nosso chão

Pelo cabelo escuro como a noite

Escorre pelo cenário

Olhos acostumados com a amplidão

Rosto acariciado pela brisa

Não mais a vida pode no ventre trazer

Como a Terra que agora te traz no colo

Te cuida as feridas que a falta de alma de alguém te provocou

Tua Mãe expurgará tão indigno de nela descansar!