Estrangeiro

Estrangeiro

"Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas." (Pequeno Príncipe)

Há pessoas capazes de nos mudar só por sabermos que elas estão lá, em algum lugar, em algum planeta,...

Um mundo que é distante do nosso, mas que em algum momento, apesar de todas as probabilidades, se encontram. Como um eclipse, a sobreposição entre sol e lua.

Um encontro inexplicável, intocável e passageiro como um turista que traz o seu melhor e leva de nós, um pouquinho de nossa terra.

Nunca foi dali, mas em um lapso de tempo, ressignificou sua existência. Podemos até pensar que ficaria, mas como estrelas deixam seu rastro de luz, mas não estão mais lá. Ainda que vejamos o sorriso, como quem acha desenhos nas nuvens que passam.

Tais pessoas são do universo, nunca foram do seu mundo. Mostram um pouco de tudo e nos fazem crer que onde estamos não é tão pequeno assim e que vazios nem sempre são falta, mas espaços cheios de tudo aquilo que não somos.

Nos fazem rever as mesmas coisas com um pouco de beleza e por um instante, temos ao lado, alguém que fala nosso estranho idioma, tão incompreensível à tantos. Um contato alienígena de primeiro grau que nos diz não estarmos sozinhos na galáxia.

Breve como uma brisa, mas uma memória forte como um perfume. Que deixa no ar a presença, cheia de significados, que só quem sentiu é capaz de entender.

Pessoas assim são raras e há pouca lógica nos encontros. Podem mudar sua vida em um dia ou um ano, mesmo que nem saibam que o fizeram. Como uma breve revelação do destino, que escreve a resposta, mas a apaga em seguida.

São agulhas em um palheiro e como agulhas, brilham. É o que as diferenciam da palha.

Nesses momentos, que o silêncio retoma e nos percebemos outra vez, conosco mesmo, é bonito olhar o céu. Perceber que como o arco-íris, não podemos ter todas as cores sempre, mas que a vida nem sempre é preta e branca. E lá, bem longe, em algum lugar, há uma flor, que apenas cada um, sabe que existiu. Porque cada momento só importa para quem o viveu.