Uma tarde de verão (Homenagem à Natureza)

Eu debruço o meu olhar pela soleira da janela
Entediado com o mormaço de uma tarde de verão.

Olho em direção ao Azul do mar.

Além do areal vejo apenas as mornas ondas
No seu vai e vem a bailar
..dois pra lá...dois pra cá.

Uma leve brisa espalha os meus cabelos
Refresca o meu corpo suado.
Os meus olhos vão além
Seguem as gaivotas que cantam e dançam nas alturas.

Voam em mergulhos rasantes sobre um cardume de peixes.

Os peixes lutando por suas “escamas” se juntam uns aos outros.
Unidos formam uma espiral e põem-se a dançar em velocidade
Agigantam-se aos olhos dos predadores
E a maioria mantém a vida
Na flor do mar.

Adiante na entrada do canal da barra
Um barco se põe a dançar.
Ora sobe no alto das vagas, ora vai abaixo.

Ora adernando à esquerda, ora à direita.

Por momentos parece flutuar, por momentos parece afundar.
Mas como numa valsa frenética, segue um ritmo continuado
E se afasta do mar, refugia-se rio acima.

Como nós fugimos da realidade e asperezas das ruas, muitas vezes
E nos refugiamos na calada dos nossos lares
E dos nossos amores.

Repentinamente, tudo a minha volta parece bailar.
A natureza convida todos os dançarinos para uma festa.

Unem os músicos, os cantores, os instrumentos.
E todos nos colocamos a sorrir, a cantar, a dançar...

As nuvens brancas, alvas, cinzas, amareladas
Aproximam-se umas das outras.
Levadas pelo vento se transpassam, se avolumam, se desfazem, ressurgem adiante, trocam de lado,

Mudam os seus passos.
E por entre elas os dardos dourados do Sol
Lançam-se sobre o mar azul.

Pigmenta-se o céu e o mar em tela de mil cores.

As crianças e os Adultos brincando na orla
Jogando bola, praticando surf, fazendo castelos de areia.

As moças no banho de sol,
Os ambulantes com seus enredos, o transitar dos veículos
Pessoas em caminhadas.
Os parapentes.

Tudo em movimento num mesmo sentido, em sentidos opostos.

Parece à procura de um só passo, sob só uma música
Todos dançarem.

E com o passar das horas

O bailar do Tempo.
Que não desafina.
Que não erra o passo.
Que não atravessa a música.

Quando o Sol cabisbaixo se retira contrariado
Alguns membros da orquestra também se vão.

Por momentos não sei qual é a próxima atração.

Eis que subitamente observo a Lua feita uma rainha apaixonada, surgindo majestosa por sobre o horizonte, suas cores parecem ainda,
Molhadas pelas águas do Mar.

Se eleva elegantemente e lentamente como que para nos dar tempo para apreciar os seus passos, para receber o seu abençoar prateado.

Em momentos ela se fará acompanhar pelas princesas das galáxias, belas, lindas, exuberantes as estrelas com seus brilhos cintilantes.

A música passa a ser romântica
E a Terra e os Astros aproximam-se mais e mais
E apaixonadamente vão revelando os seus segredos de eternidade

Compartilhados são, enigmaticamente
Pelos enamorados que se beijam aos seus pés.
Robertson
Enviado por Robertson em 12/05/2021
Reeditado em 12/05/2021
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