O Anjo e Sucubus

Enxergam a ti apenas mera Sucubus

Tuas dores, mazelas e sofrimentos derramados, interpretam-nos como teu apetite de fêmea voraz

Dizem perceberem-na mas, de ti, querem apenas a seiva

Teu desejos, tão complicados de serem saciados, os faz disputar um a um qual lha satisfaça melhor

É questão de honra ser coroado aquele que a conseguir domar, mas no fim todos são fracassados

Andas já tão enojada de tanta volúpia, luxúria que retirou-se

De todos estes te escondeste e apenas contigo te recolheste

Quando então um anjo a tocou no lago

Fitou-lhe os olhos

Tocou-te n'alma

Enxergou-te, não apenas volúpia

Não apenas fêmea

Não apenas leoa

Enxergou-te grande

Mesmo sentindo ele vulnerável diante de ti

Ainda assim, ousou aproximar-se

Admiraste então sua bravura, que era suave

Carregada de ternura

Admirou-o, aquele que não ousou te envolver com podres poderes

Mas porque inquiriu a inteligência que havia em ti e admirou o não vergar-se nem mesmo a ele,

Que a ele te entregaste

A ele deste todos teus caprichos e regatos

Por ele, abriste mão até do não vergar-se

Pois o enxergou um igual

Ele, a ti, disse quão raro ser como ele celestial

O quão regozijava, por fim, ter com quem discutir as propriedades do espiritual

Como deuses, amaram-se

Como deuses, pelos humanos foram novamente odiados, perseguidos e enredados

Vociferaram, qual abominação haveria dali surgir um anjo e Sucubus?

Recolheste-te então, apenas a si, novamente

Entregue em teu próprio zelo até se recuperar

Aline Fernanda
Enviado por Aline Fernanda em 11/01/2021
Reeditado em 18/02/2021
Código do texto: T7157401
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.