Desabafo de uma filha pródiga

Sempre quis voar... Ver novos horizontes e trilhar por novos trajetos. A mesmice ou marasmo incomodava-me. Querem saber por quê? Ouçam... Confesso que a rotina deixava-me entediada, pois, não sou uma máquina programada que o Sistema Capitalista insiste em computar (determinar).

Sempre quis uma identidade. Todavia, por diversas vezes tentaram me roubar, me rotular e por fim me manipular...

Fui decepcionada, rejeitada, abandonada, humilhada, explorada, machucada, violentada, injuriada, sufocada, enganada, roubada, processada, caluniada e ameaçada. Tudo isso porque queria ter minha própria voz. Acho legal a sinceridade de Jonas, aquele que fora lançado no mar por causa da tempestade. Quando os marinheiros lhe perguntaram: Que te faremos, para que o mar se acalme? Ele respondeu: Pegai-me e lançai-me ao mar, e ele se aquietará; pois sei que esta grande tempestade vos sobreveio por minha causa. (Jonas 1:11-12)

Isso sim é liberdade... Jonas é conhecido por ser um profeta fujão, porém, batizo-o como profeta sincero. Acredito que apesar da fuga, do medo e do sono da negligência, Jonas foi corajoso em assumir seu erro e confessar a causa da tempestade. Sou um pouco parecida com ele... Já fugi de problemas com medo de enfrentá-los... Já me escondi num porão (quarto) dormindo o sono da imprudência. Construir e colaborei para o aparecimento de toró, temporal, tormentas e tempestades na minha vida. Afoguei-me e quando estava quase morta dentro do grande peixe, o Senhor deu ordem ao peixe que me vomitasse no meio

do caminho e assim, fui resgatada pelo Bom Samaritano. Obrigado.

Meire Cavalcante
Enviado por Meire Cavalcante em 06/01/2021
Reeditado em 11/11/2021
Código do texto: T7153777
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