Vaga-me lembranças

Elas são de algum lugar escondidos que nem sei dizer a profundidade,

Algumas camadas cavoucadas para chegar a um tunel desforme,

Pedras umidas remetem ao tempo duro onde as ilusões foram escravizadas pelo sentido,

Não mais perto ou longe do pensamento com sua pá atolada de cascalhos,

Pisamos na agua sem saber se limpa ou suja,

O escuro que cobre as paredes de cobre e ferro,

Derretidas nas emoções do ferreiro de pau.

Quantas haja profundidade na atualidade, se o sofrimento está num quadro empoeirado de emoções passadas.

Nunca esquecidas, guardadas no passado vivido não pode ser apagados ou esquecidos.

Uma corda solta no labirinto traz de volta.

Alguém deixou ali, ou nós mesmos sabendo que poderíamos sucumbir.

Ninguém quer ficar preso no hospício onde as loucuras são sãs e a sanidade perante aos homens são loucuras.

Vaga-me lembranças, onde lá pude abrir uma janela do paraíso, via risos, olhares da alma,

O tempo passa e deixamos de sofrer por banalidades, não somos mais frutos verdes, nem a terra adubada com sonhos plantados,

Somos de carne e osso e o que vai por dentro é uma mina canalizada dos pés ao pescoço.

Vaga-me lembranças dessas agonias perdidas, amores desfeitos, amor de imperfeito causa efeitos.

Note que o amor fica de cima a observar os caminhos que a alma quer ficar, seia um resgaste da memoria, ou algo não concretizado, ou mesmo dores sem feridas querem cura.

Formosa vida de tramas e dramas, o enredo do tempo vaga-me nas lembranças.

Sophia Bertholini
Enviado por Sophia Bertholini em 25/10/2020
Código do texto: T7095861
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