INFORTÚNIOS DE POETA

Quero o desatino

Quero o delírio

Quero a azáfama da loucura

Quero as artimanhas insidiosa da paixão

Quero a gangorra do desvario

Quero embriagar-me os sentidos

Quero saciar a sede de antigos amores

Embora, já se tornou inútil

andar querendo

andar sofrendo

andar sentindo

ou andar, simplesmente

De minhas mãos se desprendem

gestos solitários

tenho esperanças

tenho sementes

mas não tenho terras

onde semear

Não sinto

Sempre soube que não sinto

Consciência do não-sentir,

plena e total.

Coisas existem em mim,

situações vivem minha forma

Sem personagens

Sem encontros

Distâncias se realizam

e cada caminho é direção inexistente

que se fixa no nada.

Venha de onde vier,

pode ser de longe muito adiante.

Só há uma distância para mim:

Aquela que construo e conquisto,

a partir de mim mesmo

e do mais em que vivo.

Penso no teu nome

como uma confusão de letras

que alimenta minha sozinhês.

Te escrevo

Palavra e mulher

Querendo tua presença

Somando meus espaços noturnos.

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 01/06/2020
Código do texto: T6964126
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