O novo laço

O novo laço

Algo pesado no ar.

No horizonte nuvens escuras,

A intimidar!

Falas odientas como trovões

A ecoar, e juntos corremos

Para a casa para nos abrigar.

Mas estranha febre também chegara lá!

Não reconhecemos o ninho

Que um dia chamamos "lar"!

Tentamos entender o que acontecia!

Mas a mesma língua deixamos de falar!

Agora ofensas, insultos, mágoas dão lugar...

E o temporal segue lá fora,

Influenciando os ânimos dentro.

Não sei se das almas, da casa, do lugar.

Como se tudo de ruim se solidificasse,

E tomasse todos, respondesse, agisse, reagisse, destruísse!

Não nos reconhecemos, não nos entendemos!

Onde erramos?

A dor se tornou linguagem.

Provoca-la, a intenção.

Não sendo minha, qual a preocupação?

Não enxergo além de mim,

Nenhuma é maior que a minha! Só ouço meu choro! Outra dor, outro choro, de quem? Não importa! Não sou Eu!

E mal em gosma se transforma,

Tornando mais repulsiva a existência!

O choro sentido de uma criança,

No canto esquecida nesse horror!

Fecha os olhinhos apertando,

Como se protegesse de ver pavorosa cena!

Gritava por socorro de todos nós!

E o céu chorou!

Uma chuva de banhar, dentro

E fora, lavando a imundície

Que se formou!

O abraço aconteceu!

O perdão brotou!

Por todos os cantos,

O sorriso ecoou!

De mãos dadas,

Vivemos o novo laço!