O que te faz ser?

Um ano se passou desde minha mudança. E o que mudou?

Se você acha maduro/a o bastante para dizer que aprendeu, tudo bem. Mas eu, meu caro e minha cara – assumo que tenho muito a aprender.

Diga-me você, o que mais fez você mudar? O que te faz ser o que é... digo isso de você acordar todos os dias e saber que sua vida só depende de você próprio. Você cresceu. Têm lá seus 25 ou 30 anos e aí?! O que te faz ser?

Ser o quê?

O que tu é! O que você pensa que é.

O ano começou assim cheio de surpresas, e teve aqueles acontecimentos desagradáveis também: a tragédia de Brumadinho, os meninos mortos no RJ, números absurdos de feminicídio que aparecem na mídia e tantas outras coisas que 2019 tem mostrado.

Já estamos em Março. Nossa, o tempo parece estar correndo. Este ano, como todos os outros tenho os mesmos propósitos e claro, outros mais. Mas ainda desejo o mesmo de sempre: ser e estar num estado de tranquilidade, paz e harmonia comigo mesma. Tenho buscado mostrar as pessoas o quanto isso é importante. Porque não adianta você sonhar e buscar algo lá fora se cá, dentro de nós – é uma bagunça.

Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.

Apalpar, no neblina de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Ele é pesado, é estranho. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem pensar!” O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no ônibus, no tempinho do almoço, ali na mesa com pessoas ao redor, na frente do celular ou do computador, simplesmente lavando a louça ou no banho.

Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Lya Luft fala que: “Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.”

Estou aqui e sou a mesma. Mudei e continuarei mudando. O essencial permanecerá. Sou eu própria quem afirmo, sou o que sou e amo isso.

O que espero é que no mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Elisângela Feitosa
Enviado por Elisângela Feitosa em 30/11/2019
Código do texto: T6807705
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