Jogando prosa fora...

Desabrigada de posses, de nomes, de interesses, mero sujeito. Mas eu ainda diria, que pelo pisar manso, me parece suspeito. Vem dobrando a esquina, meio sem graça, cara de quem fez mal feito. E olha que não é a primeira visita, a última estava mais pra importunação. Quase chamei a polícia. Haja coração!. Enxotada que foi, ainda tem afronta e carão pra aparecer outra vez. Lá vem ela, meus caros. Que despeito, oras, mas que culpa tenho eu se ela faz cara de choro, é a rainha da encenação. Bate a porta e lá fora chove, de novo, quem diria, é a Srª. Tristeza querendo por aqui se abrigar. Fui ao prefeito, decorrer da ocasião, disse a ela, minha Senhora, lhe acolher foge da minha jurisdição, não insista. Mas ela é formada em direito, nunca vi tamanha argumentação. Ela até conta piada, diz ser engraçada, boa prosa, mas que ilusão...Diz que a estadia será curta, só a tempo do mal tempo passar. Ela me cansa e me vence pela insistência, e depois de muito não, lá vou eu de novo, na inocência, aceitar. Então eu digo, entra. Puxa a cadeira e se assenta, toma um café comigo, minha Senhora, só não vá se demorar!