Poema de inverno

Era uma tarde terna,

ondas do mar no

vai e vem do ônibus

em horário de almoço.

Olhar tenro delirante

sem ofuscar o passar

rápido das horas.

Ao aproximar, vento.

Clareou nossos sorrisos

a brisa da Barra.

Piscou, sem lamento

como se fosse a última noite

de sua vida, um brilho eterno e

juvenil que não queria mais

esquecer.

No frio, de inverno,

o aquecer cálido dos

corpos em atraso,

chamuscava a bruma

daquele mar que

floresceu novamente

sem se preocupar

com a diferença dos

anos.

Fixava as ideias uma a uma

por dois a sós.

No fim, o raiar do sol

anunciou a chegada

de um novo amanhecer.