Grilhões encharcados

Em um lapso de consciência, respiro

Assustado, não sabendo onde estou

Até quando eu estava submergido

Que por nesse momento querer respirar a mim mesmo

Subi a superficie e não reconheço nada

Por quanto tempo abaixei a cabeça e trabalhei?

Por quanto tempo deixei o trabalho seguir, em querer adiantar algo pra deixar o dia seguinte mais suportavel, mas dia seguinte chegava e não era, e tentava de novo, e de novo e cada vez mais as correntes me prendiam nesse tanque chamado rotina.

Se voce produz, é bom

E te cobraremos por isso

Se você faz mais, é bom

Virará obrigação, e te cobraremos por isso

Se voce estiver doente

Ou nao estiver bem

E nao chegar proximo

Do que nós mesmos colocamos

Como básico, obrigação

Você não nos vale

E isso ouvi a cada dia,

E me afoguei mais cada dia

Arranquei pedaços pra manter

Algo impossivel de ser mantido

Até o baque

E desesperado busquei ar

Busquei a mim mesmo

Por quanto tempo me anulei

Abaixei a cabeça e trabalhei?

Não deveria ser assim

Não deve ser assim

Não irá ser assim

Agora faço o suficiente para me manter

Ja que este 'workaholic' perdeu o tesão

Quando faço, me dedico, 150%

Mas quando me sinto usado

Sem nenhum suporte

Nem reconhecimento

(Elogio que vira obrigação

Não é elogio)

Ou agradecimento

Mingua a vontade, e faço apenas

O suficiente para cumprir o mínimo

Ja que também a nivel pessoal

É bem dificil lidar com poças

Edu Campagnolo
Enviado por Edu Campagnolo em 12/07/2019
Código do texto: T6694119
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