Casa de infância!



Hoje acordei com uma saudade danada, peito apertado, um sentimento esquisito! Nesse exato momento veio em meus pensamentos à lembrança de quarenta anos atrás. Minha casa de infância!

Lá, eu nasci e passei os meus primeiros anos de vida. Lembrei-me do quintal grande, das soqueiras de cana caiana, do barracão da bagunça, da carteira de motorista ofertada por um vizinho e que eu com tanto cuidado guardava, representava minha habilidade em conduzir tão bem, o velocípede no quintal daquela casa.

Tudo revivido como se hoje, fosse. Vi perfeitamente minha mãe costurando, minha irmã cozinhando, outros irmãos mais velhos trabalhando.

Quanta gente feliz morava naquela casa!
Era uma casa pequenina, com uma varanda chão de vermelhão, uma sala dois quartos, num deles havia três camas beliches, onde brincávamos de contar histórias e guerras de travesseiros.

Lembro-me bem do chão repleto de presentes nas noites de Natal!

Existia também uma copa com mesa de madeira escura e cadeiras pesadas, uma cozinha grande e um banheiro com um quadro de frutas pendurado à porta, que um primo havia pintado e colocado as inicias W.C. E que minha mãe, de-tes-ta-va!

Em dias de São Cosme e Damião, sempre havia muitos saquinhos de doces e moedas que meu pai jogava, depositadas ano inteiro em uma lata lacrada. Isso sim fazia a alegria da garotada!

Quanta saudade dos almoços de domingos com todos sentados à mesa. Com a boca cheia d’água. Lembro-me dos doces caseiros que minha mãe preparava! Quantas lembranças da casa da Rua Maria Rita, o número nem me recordo mais, mas, com certeza aquela rua, aquela casa e a minha gente, estarão sempre aqui pertinho de mim, lado esquerdo do peito.

 
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 02/11/2005
Reeditado em 26/04/2018
Código do texto: T66450
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