Votos de Esperança!

Que essa tristeza que aflora no peito dê trégua, vá se embora, bata em retirada. Que saia a passeio e se encante por outro sujeito, e ainda que volte, não faça morada. Ela e a saudade, vez por outra, insistem em habitar a casa. Sempre as vejo juntas, jogando prosa fora, tomando um café, juro até que vi mãos dadas! Minhas caras, quanta demora na estadia. Não é que eu queira ser assim, um tanto indelicada, arredia. Eis que o coração aperta, é muita agonia. Depois que chegaram, expulsaram a Sr.ª Alegria. Que coisa mais feia, que falta de educação. Escolhem quem fica, quem entra e quem sai. Onde já se viu visita fazer as vezes de anfitrião?. Mas eis que a má sorte não é de toda, e na alma ainda reside a Sr.ª Esperança. Um suspiro de alivio, vez ou outra. E que em meio ao cansaço da vida ainda nos tira pra uma dança... Nos trazendo votos de dias melhores: “Que a alegria retorne com a nova estação. Num pequeno afago, breve alívio ao coração. Que a vida seja mais leve. Ainda que por sobre os ombros, o peso do mundo carregue. Que o aperto no peito de trégua. Que a angústia seja breve. E que um dia se aquiete em nós , essa infinita busca incessante, por tudo, por nada, eterna romaria. E que por sobre as superfícies de águas agitadas de um mar revolto, haja, em nós, por dentro, calmaria. Que se renove a esperança, ao tempo dos calendários. Que ás vezes julgo, por assim dizer, desnecessários. Que junto às datas se renovem também os ânimos e o fôlego. Que haja sempre tempo, energia e alento pra começar a sonhar tudo de novo. Que haja sempre esperança pra recomeçar , ainda que a vontade esteja gasta, cansada e farta de tanto tentar.”