JANELA

A estadia se prolongou
Enquanto olhava a vida escoar
Pela
 janela,
Aguardando  suas encomendas de
esperança chegar,
Dia apos dia.
Viram sombras,
Sentimentos perdidos,
Solidão guardada
Em dias de sol,
Com chuva ou neblina,
Preservando cenários,
Pessoas e palavras na lembrança
Que se agigantava,
Se dilatava e se esvaia como bruma.
Passado e presente,
Desfilando ali,
Diante da janela dos olhos,
Contidos em prantos que não rolaram.
Sorrisos que nasceram bailando
Em lonjuras tristes e graves.
Adeuses vários
Numa ida interminável
Quando os ponteiros do relógio
Se juntaram,
Porquanto alma presa,
Cedo ou tarde se liberta.
Viveu com reverência,
Mesmo ante as lapas solitárias do frio.
Um círculo de memória e dor se rompeu,
Agora já não é.
Abriu a janela da alma sem olhar para trás e,
Em tempo, inquieta,
Finalmente se foi.

 
Roseli Schutel
Enviado por Roseli Schutel em 08/12/2018
Reeditado em 05/08/2019
Código do texto: T6522375
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