A Metalinguagem do silogismo poético.

Na área reluzente

das palavras adjacentes,

aprendi a deduzir o sentido,

que tão comedido permeia o mundo.

Estava moribundo nos devaneios desta vida;

tomado por receios, busquei minha alforria

para escrever o que no meu coração se mantinha;

no silogismo da metalinguagem de minha partida

ao mundo de almas feridas pela antagonia

eufemista da sociedade mesquinha!

As palavras asfixiantes

lançadas pelo vento aos corações,

nos levam as metáforas chocantes

pronunciadas por lábios rachados, amealhados de emoções!

Tenras desilusões deduzi

e pela estrada da vida

o sentido da solidão descrevi!

Na jornada da alegria repartida,

da sabedoria comedida

pelo medo da descrição silogista,

que para os tolos são palavras desmedidas!

Áureas dos moldes criacionistas

ganham brilhos esféricos dos balanços,

que rolam pelos pratos de porcelana

feitos Dorodangos,

a dançar em losangos

ao balanço de um belo tango determinista

num dia calmo e manso

que o vento impetuoso ufana.

Vivo esta vida cosmopolita,

de Argentina a Portugal.

Da colonização maldita

tragas pelos mares de sal.

Salgados pelas lágrimas

das palavras amargas

incorporadas pela nossa língua

metalinguisticamente incoerente,

que tu, oh poeta, que as estimas

e as nossas almas embargas

com a área longínqua.

Deduzes, oh poeta!

Que o céu ao amar afeta

e que as palavras do nosso português

ditas pela alma de um burguês

são proferidas para anunciar sua ufania insaciável

pelos prazeres da vida intragável.

E descreves os prazeres com silogismo

e com eufemismo

metafórico das palavras;

torna-se eufórico

sem te importares com a semântica;

usas de prosopopeias para atribuir epopeias

às flores

e aos naus com remos!

Nos calemos

diante das dores

que sentem os morfemas,

ao dar a luz os grafemas

e semântica lexical

as almas das doces palavras de um mortal!

O pulsar do coração

da alma de uma poesia,

com terna e doce emoção,

faz com que os fonemas cheios de euforia

nasçam das mãos que conduzem as naus

da imaginação de um poeta!

Que com silogismo diz

que as palavras que pulsam em su'alma

tem gosto de mel

e em certos momentos de fel;

Que descreve o céu

como um mundo amável... Totalmente afável!

Que faz da metafísica

o doloroso processo do amor que nos leva

do céu ao inferno,

De um sorriso tão terno

de um anjo que se eleva,

ao olhar inquisidor árduo de treva!

Falas com silogismo

que a esperança (sem uso de comparações)

é uma eterna criança!

Com metalinguagem enuncias interpelações

e pronuncias com especulações

as áureas das lembranças

nostálgicas de nossa velha infância!

Aprendi, moribundo nos devaneios da vida,

a deduzir o sentido,

que tão comedido,

permeia o mundo... Este mundo desiludido

na área reluzente

das palavras adjacentes!