O DEUS DOS PEQUENINOS

Ao longe vi uma movimentação.

Eram pessoas caminhando pelo pasto,

pelos atalhos, pulando e tropeçando pelos trilhos fundos do gado.

Outras pessoas já iam ao longe pela estrada empoeirada.

Havia um forte alarido de prosas, gritos e conversas.

Alguns corriam mais rápido do que as pernas outros iam devagar.

Era o povo sertanejo indo para a reza.

O que será que passava nas cabeças pessoas de pés descalços?

Pés grossos e vermelhos pela terra rocha do chão.

Que esperança as rezas traziam para aquelas pessoas?

O que levava dona Manoela puxar o canto tão antigo ?

O que incentivava seu Fermino cantar o terço com seu grupo de amigos?

O que despertava os jovens correr à frente, chegar e esperar os outros?

De certo, todos estavam unidos num único coro, o do amor.

Na capelinha eles rezavam e cantavam juntos.

Seu Petrúquio era o leitor a Palavra de Deus.

No final da leitura se dizia: Palavra do Senhor e todos respondiam Graças a Deus!

Dona Horácia fazia a reflexão.

Seu Petrúquio rezava algumas preces e o grupo todo também fazia.

E juntos, com esperança, respondiam: Atendei-nos Senhor!

Uma violinha bem afinada nas mãos de Ditinho fazia a harmonia para Deus.

E todos cantavam: “Comunidade unida não será vencida...”

A partir dessa mágica real,

Desse encontro tão utópico para o mundo moderno,

Eu vi corações humildes encontrando-se com Deus.

É o povo fazendo experiência do Deus da vida,

Presente no dia-a-dia dos pequeninos.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 29/10/2018
Código do texto: T6489297
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