NO MEIO DO ESPERNEIO

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No meio do esperneio pela vida...

Dádiva realmente incomensurável!

Se morro tem subida; tem descida

Pé da ladeira? Acho muito improvável...

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Porque sempre no alto daqueles picos

(Quando por lá durmo é num desses que eu fico!)

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E, de manhã, por orvalhadas matinas

Estilo aquelas quebradas que já não existem mais

Antes das alvenarias, dos carros, das buzinas...

Não vi com esses olhos, mas nas fotos dos murais!

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Como não, se com esses olhos que vejo as fotos...

Então cadê a sonoplastia? A voz da Tia, o ronco da moto...

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Igual aquela do devoto lá de Aparecida

Amarelada, mas com a lembrança ainda viva

Da tarde difícil, da estranha comida (sem bebida!)

Pode passar o tempo que for que a mente criva!!!

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Pé da Ladeira? Quando subia ou quando descia?

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Pouco importa nessa poesia, mas já que lá estive

Estarei, novamente, e, dessa vez, de uma vez...

Vou falar pra Santa de gente morta e de quem ainda vive

Falarei, portanto, de alguns de vocês...

Do Livro de Poemas Egozismo (2018)

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 29/09/2018
Código do texto: T6462904
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