AGRESTE MINEIRO

Sol ardente, terra seca, montanhas azuis e distantes.

Barulho de pequenos riachos que descem por entre os juncos.

Na beira da barranca, um terreiro sujo,

com pedaços de pau e sabugos espalhados pelo chão.

Um paiolzinho feito de bambu, coberto de sapê e de uma porta só.

Uma porteirinha feita de arame, um pequeno coxo para debulhar

o milho para o Ligeirinho, um cavalinho já bastante idoso.

Uma choupana branca com a barrada toda amarelada de sujeira,

devido aos respingos das chuvas.

E um telhado feito com telhas de bica, todo escuro, devido à fumaça do

fogão a lenha e dos raios do sol que por entre as mangueiras,

descem sem piedade até às telhas envelhecidas.

Na cozinha, um pau piúca no canto,do antigo e fogão de taipa,

que lentamente vai queimando e mantendo a água morna.

O canto dos pássaros na moita de bambu, localizada no fundo da barranca,

mostra que ainda há vida naquele lugar.

Debaixo do pé de mangueira,

juntamente com o galo Xitão, a galinha Girassol,

e o cachorro Vagalume, dorme tranquila e sossegada,

a Meca, uma cabrita que não deixa

faltar o leite para a criançada.

Na sombra do lado direito da mangueira,

ginipapo, um porquinho gordo,

ronca firme à medida em que a tarde vai passando.

O sol vai castigando,

o silencio paira naqueles ares de Serraria,

interior do agreste mineiro.

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 05/09/2018
Código do texto: T6440248
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