Deixe-me ser o que sou

Eu grito de dor, mas não emito nenhum som

Tento me contorcer pra evitar que esse mal se espalhe

Minha alma já abandonou o meu corpo há muito tempo

E não adianta, já retornei minha verdadeira personalidade

Psicótico, isso que eu sou

Por enxergar como o mundo realmente é

Psicótico, isso que eu sou

E não me importa o que tenho que fazer

Não quero ajuda, já me acostumei

Eu sou assim, mas explicar não sei

Não vou mudar só por você

Só me aceite como me vê

Não quero ajuda, me acostumei

Eu sou assim, já te expliquei

Não vou mudar, esse é meu eu

Aquele cara, em mim morreu

Eu estou vendo palhaços sem bocas

Os seu rostos estão deformados

Os anjos estão caindo do céu

Não nos protegem, estamos abandonados

O mundo está em preto e branco

Só a sua imagem que possui cor

Enquanto a neblina fria rasga minha pele

Mas mesmo sangrando eu não sinto dor

Não quero ajuda, já me acostumei

Eu sou assim, mas explicar não sei

Não vou mudar só por você

Só me aceite como me vê

Não quero ajuda, me acostumei

Eu sou assim, já te expliquei

Não vou mudar, esse eh meu eu

Aquele cara, em mim morreu

Nas paredes as pixações me lembram sangue

Tudo pra mim tem cheiro de morte........

Em todo lugar... sei que estão me vigiando

Mas olho pra trás e não vejo ninguém

Em todo lugar... sei que estão me vigiando

Mas olho pra trás e não vejo ninguém

Vamos

Abra essa porta, antes que eles me peguem

Vamos

Eu não quero ser dilacerado

Não quero ajuda, já falei que sou assim

Me acostumei com esse novo eu em mim

Se você me entende, então me explique

Não vou mudar mas vai ser bom ouvir

Palavras com as quais eu me identifique

Não quero que me ajude, apenas que me aceite

Se não for possível, entenderei que você não é capaz

Não quero que mude ou que se sinta obrigada

Mas me deixe aconchegar nas suas asas,

Me escorar nos seus braços e morrer em paz

Rafael Vtres

Recanto das Letras

09/06/2018