Passagem...

Vida...

Túnel em tempo ao portal...

Coloridos quadros...

Pretos e brancos em detalhes...

Retirar a passagem no guichê...

As malas nas costas...

Regressar ao som ilustrado nas valsas...

O bilhete na mão esquerda...

A direita...

Um cravo vermelho...

Uma vela ao vento longe...

Trazendo a ventanias babilônicas....

Refaz o ar...

Cabelos grisalhos para trás...

Deitados cada fio...

Tingidos pelas circunstancias...

O caís suspenso...

Encostas negras...

Sem fundo o mar desce...

Um suspiro de despedida...

Soltando o ar pressionado...

Deixando a vida exposta em sua fratura de adeus...

Salgados os lábios engolem úmidos e mudos...

Aquele sal...

E seu sabor reverte em saudade em outra alma...

Em outra face...

Em outra vida...

Viva.

As luminárias do mar acesas pela lua...

Naquela água parada negra e esverdeada em marolas...

O veleiro atraca neste caís...

A escada distorce e comprime a resistência...

Uma viagem longa e sem volta...

Cada passo vagaroso...

Deixando sua essência perfumar uma possível desistência...

Sem acenos...

Sem os mil beijos...

Solitária viagem...

Parte o veleiro...

Com o seu passageiro...

Em seu destino certo...

Fraco e resistente...

Pequeno e ainda vivo...

Segue a essência...

Para outras terras...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 05/06/2018
Código do texto: T6356127
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