A Torre

Nas torres, os ventos uivam...

Na beira desta praia...

Que na aurora, o entardecer dourado...

Embora o sentimento queira um dia nublado.

Ainda sente o doce pecado, de se libertar...

Se atirar desta altura, e se possível voar...

Voar até a praia, ou cair nela, e boiar na onda...

E se tiver sorte a mare levar o corpo para o fundo.

Do mar...

As torres são as masmorras dos sentimentos uivantes,

Que amedrontam as caricias as milícias do amor...

Escuro são os miraculosos centímetros deste cárcere...

Andar de um lado para o outro, sem espaço Ter...

Estar preso, mesmo liberto, mas nada te faz viver...

Apenas nas vozes que te indicam que tudo acabou...

É neste aperto, que enruga o peito, e faz florescer...

A erva daninha que aos poucos, toma conta das...

Viris paixões...

A serenata do adeus, é soprada pelos ventos...

As notas trazem melodias enraizadas...

Em uma semente que desampara a segurança...

A armadilha prende e faz o corpo padecer...

Aonde...

Estão as chaves desta porta...?

Que dentro não comporta...

O que esta pronto...

Para morrer...

A PORTA

A porta abriu...

O silencio gritou...

No ranger da porta...

Tudo acabou...

Pegar o que sobrou...

Um nada...

Um vazio...

Se preparar para descer as escadas...

As dores passaram...

E como desce-las...

Correndo...

Ou devagar...

Não...

Não escorregar...

A leveza...

Nestas paredes, que ditam...

Que lembram, e que sufocam...

O coração...

A descida será calma...

Sem pressa...

Pois acabou a desolação...

Não haverá fuga...

A liberdade...

Não é sentida...

Nem é evoluída...

O que esperar...

Apenas viver...

Respirar sem sofrer...

Pois a saudade...

A faminta saudade...

Se deliciou...

Deste amor...

O SAGUÃO...

O saguão esta sem móveis...

Esta tudo sujo e sem luz...

Abrir as janelas...

Ver o que há lá fora...

Um mar...

Um baixo mar...

As cortinas dos olhos estão vermelhas...

Mais secas...

As poltronas das visitas estão velhas...

Ninguém mais senta...

E as paredes dos caminhos...

Estão sem cor...

Este saguão ficou por muito tempo,

Sem acontecimento, sem convites,

Para entrar...

Viver agora, para este saguão...

Colocar muitas fotos...

Pintar em outra cor...

Trocar as cortinas...

Buscar novas poltronas...

Encher o saguão de vida... de amor.

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 28/05/2018
Código do texto: T6349213
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