Sorte tem as cadeiras e as paredes

Uma vez observaram minha caligrafia e assim me disseram que era poeta,

observaram a maneira de andar, meus livros e alguns calos em minhas mãos e afirmaram veemente que fosse amante das palavras.

Para confirmar e agradar o dia me propuseram para recitar uma poesia,

recitei meu melhor poema “a carnificina em meu ser”, fizeram cara feia, cerraram as sobrancelhas, mal completei a primeira estrofe me pediram outro.

Um melhor recitei “ romanticídio” a princípio ate gostaram,

mas foi apenas falar mal do amor e as atenções estavam mais voltadas para o ambulante do lado de fora do que a mim.

Não vão embora, ainda falta outro, “cego é aquele que não quer...”.

Nessa ,nem deixaram completar o título, pelo visto não fui benquisto,

Esperaram palavras sutis, cortês s cortinas peneiradas peneiras de realidade.

É uma pena não ter sobrado ninguém, porque recitaria o quarto e último poema” sorte tem as cadeiras e paredes”.