Doce gota de uma ilusão amarga
Não sou mais nada nas brumas do esquecimento. O amor abriu suas asas imensas e voou para longe. Pensamentos levaram-me em voos mais curtos. Manter-me nesse imenso eixo do desequilíbrio tornou minha vida um eterno girar, incessante , cansativo e torpe.
As saudades já não fazem parte de meus argumentos. Necessárias seriam outras órbitas, onde o amanhecer fosse iluminado pelo sol que brilha tão longe, que só reflete meus anéis. tristeza longínqua como os mananciais daquelas águas puras que não são mais vistas...
Ventos de incertezas falam de um futuro deserto, sem planos ou continuidades. Intrépidos desejos não existem mais em meu viver. Estanquei meus dias na absoluta solidão de conveses imaginários, cujas embarcações partiram e deixaram-me no porto.
Passeio nas linguagens figuradas da minha poesia desconexa, que em algum momento deveria ser entendida por alguém que não mais veio. E o final amargo da desilusão, conforme dizem, deve trazer em si, nem que por breves instantes, uma gota doce...