O acordar.

Quando o cotidiano vira ausência.

E o interesse é programado para acabar após uma noite de satisfação própria.

O cuidado vira rejeição.

O abraço apenas pelo protocolo.

O conforto de fazer o sentimento do outro um mero instrumento de bel prazer.

O desejo se sobressai aos ensinamentos familiares de respeito ao próximo.

O reencontro como forma de enaltecer o seu troféu de conquistas carnais diante das amizades.

O tratar bem só pela educação.

E também porque nunca se sabe quando se precisará de alguém que está sempre disponível para se deleitar.

O coração sangra sem perceber que se meteu por sua devida conta em terreno farpado.

Haveria de ser condenado pelo crime inafiançável de se permitir.

É, tiveram momentos em que ele pensou ter acertado de alguma forma.

Houveram sorrisos, suspiros e boas lembranças.

Onde hoje havia angústia, dispnéia e bloqueio social.

Expectativas desleais de um ser já danificado.

Que não iria se entregar à vitimização.

Pois a juíza Vida, decidiu que não era errado a procura pela felicidade.

Desde que se achasse primeiro dentro de si.

Desde que auto-estima e amor próprio não fossem violados.

E lentamente, mulher e menina acordaram.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 14/02/2018
Código do texto: T6253489
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