Instituições Totais em versos - Manicômios, Preventórios, Sanatórios e prisões.

Instituições Totais em versos - Manicômios, Preventórios, Sanatórios e prisões.

Eni Carajá Filho – Novembro de 2017

Psicografando a vida na leitura social, percebo e vejo o passado de uma Instituição Total;

Vidros treliçados em aço com paredes dobradas no cimento temperado.

Buscando fortaleza concreta para manter indesejados isolados.

Aqueles portões com grades, chave única universal, passando longos corredores, mas que vida anormal.

Pois este sistema bruto que acertou de cheia a cabeça do cidadão

Despojado de direitos, impondo formas de viver, no cubículo destinado a confinar nosso irmão.

Este tema é picante ao estudante na escola superior, pois quando pega no livro, físico ou virtual, vê que a vida tem valor.

Separaram da vida comum, mulheres e homens de luta, tentando limpar a sociedades e impor outra labuta.

É profano e sagrado desde os conventos e prisões, lugar de muito mistério repetindo imposições.

Atribuo ao poder que domina o mercado e o capital, desejando seres perfeitos nesta seara global.

Esses locais com salas grandes de status social privado, permitindo ao recluso a sentir que é bem tratado.

Nestas instituições a tendência é o fechamento, buscando arrancar sorrisos de quem vive a depender de unguentos.

Dizem cuidar de pessoas, incapazes e inofensivas, mas atacam profundamente o direito de ser o que se desenhou na família e nas tratativas.

Tudo que era considerado párea, desvalidos, perigosos e destemidos, jogando na vala comum de maneira intencional.

Produzindo campo de guerra, conflitos e autodestruição, com reflexos rotineiros, rumo a certa dizimação.

Tarefa, trabalho, ordens a cumprir, o fruto ali jogado visava cá fora eliminar.

Matáveis na concepção do Deus mercado, poucos poderiam produzir, e para a sociedade mero contaminado do perigo.

Manicômios severos, muitos anos a enfrentar, mas Gregório Barremblit veio a Erwing Goffmam apoiar.

Basaglia na renovação da atividade impregnada na hospitalização, rompendo com muros visuais e em um futuro humanizado em construção.

Clausuras condenadas, povo próprio a extinguir, sanatórios, colônias, mosteiros, abadias a implodir.

Devolver vida comum, sem esta separação, dando cabo a política de recolhimento, imposta a nação;

Regras comuns a destronar derrubando o controlador, que a serviço do Estado promoveu tanto terror.

A você que passou por isso não se sinta culpado ou inferior, assim como dizia Brecht sua vida tem mais valor.

Incapaz é a política que inventaram para ti, isso é desculturamento, ela não se excuta, sem explicação da punição sem amor.

Daí vem a Redenção nesta vida milenar, enfrentando a masmorra por Direitos Humanos e reparos a implantar.

Quantas vidas quanto dinheiro desviado do nosso imposto, os ancestrais desse governo aplicou apenas desgosto.

Dizem que foi holocausto, arrisco em dizer diferente, pois pra mim foi puro ódio, racismo e xenofobia e corrente.

Agora respira ó liberdade, conquistada sem igual, merece um bom estudo para não repetir o mal, trazendo nessa leitura o histórico real.

No Mestrado desenharmos, um forte e aguerrido projetão, tratando das instituições totais, almejando humanização.

Promoção da Saúde e da cultura de paz, todos juntos irmanados, enfrentando o capataz e mostrando ao povão que com pessoas isso não se faz.

Se há o rompimento, esses filhos em referência, aqueles bebês sequestrados voltando a família conviver.

Serviços substitutos, Prefeituras em ação, atendimento ambulatorial, permanecendo a atenção;

Ver o SUS como Sistema e o Grande SUAS também, da assistência social, programas inclusivos X Instituição Total a caminho do que é para o bem;

Políticas de segurança, ribeirinhos das aguas do mar, Para Elas e para todos, projeto firme para um novo jeito de governar.

Eni Carajá Filho
Enviado por Eni Carajá Filho em 23/11/2017
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