Quimeras & Taperas
"Ô delícias dos jardins floridos da poesia,
dos quintais aprazíveis da prosa,
dos sinuosos caminhos do cordel,
dos místicos bosques dos poemas,
da vasta cordilheira dos romances,
dos sete mares dos contos inacabados...
Afinal, quem é que não os tem?
Por fim, às vezes penso
deixar-me afogar nas profundezas
abissais da literatura,
flutuar nas ondas das letras,
ser levado no embalo das
correntezas das rimas.
Qual o destino do poeta errante,
mero diletante ocasional, invasor sideral
qual distraído astronauta acidental,
um venturoso viajor incidental
à bordo do foguete sideral.
Um cometa tresloucado resvalando
pelas noites enevoadas,
qual Príncipe Valente adentrando tavernas medievais,
ora enfrentando os Dragões dos Reis de Espanha,
ora afrontando destemidamente
os mercenários da Legião Francesa,
até mesmo as hordas dos Hunos,
tendo à frente o próprio Atila,
o Flagelo de Deus.
Talvez o destino do poeta seja
o mesmo da rosca sem fim...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)