RENÚNCIA

Em arbítrio negado

renúncia de mim,

equilibrei o cansaço,

me deitei no regaço,

no uivo gelado,

do vento Minuano

planei o ignorado

em grandes alturas

dependurada nas asas,

transpus montanhas,

a pele desnuda

sobre o ser alado

o eco do passado

qual lança pontuda

congelada, rasgava

minhas entranhas,

apesar das belezas

dos pampas do Sul,

não vi arco- íris,

meus olhos fecharam,

lágrimas sulcaram,

tamanha era a dor,

mergulhada por anos!

afogando as mágoas

submergi

das profundezas,

dos lagos

lá do Rio Grande,

em largas braçadas

voltei tão cansada!

flutuando nas ondas,

com suave brisa, aportei

e em praia tranquila

de claras espumas,

que esvaneciam,

descansei

e jurei

sob o sol do leste

do meu Paraná!

Nunca mais...

NUNCA JAMAIS...

renúncia

de mim!

Liraagi
Enviado por Liraagi em 13/11/2017
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