Prosa poética I
O que eu quero hoje, nenhuma canção ou poema é capaz de dizer.
Quero a loucura dos risos ébrios e a sonoridade das palavras ditas a esmo por quem está bêbado de vida.
Mas também quero a calma dos braços amigos que aquietam o espírito e o corpo dos que amam. Quero aqui, neste leito mesmo, onde agora estendo este corpo febril.
Quero as viagens longas: a possibilidade das estradas longas que me levam, apenas levam, não importa onde, desde que levem, mas devolvam com leveza e suavidade.
Mas quero dividir esses quilômetros com conversas tolas, sorrisos idiotas, fotografias ridículas cheias de caretas, beijos, olhos sonolentos, paisagens que somente nossos olhos viram, mas queremos registrar para outrora, recordarmos.