Entre sinos e sinais.

Como se o desperdício fosse uma benção e desfalecesse dúvidas

Sigo largado como se não houvesse roteiro

Perco o tempo preocupado em não estar só

Eu me faço o mal por te pensar sendo o bem.

Seus dogmas, daqui, não mais parecem melhores que os meus.

O amor está em todos e não vem de frases e ou ditas.

Posso me barbear, cortar o cabelo, passar creme e desfaçar rugas

mas a dúvida já está escondida em meu pensamento:

São tantos carrinhos de bebês para poucas escolas

As avenidas são longas, há muitos uniformes e poucas logomarcas.

Em frente sempre muros pintados tipo Mauricio de Sousa.

A cada esquina têm-se copos com cachaça.

Sem livros contam-se estórias em ponto de ônibus

sobre saías curtas, cabelos pintados ou sexo duvidoso.

Enquanto empilhados nos acumulamos em concreto e

somos copiados com a certeza de promover o progresso.

Fernando S Toledo
Enviado por Fernando S Toledo em 25/09/2017
Reeditado em 09/09/2020
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