INSONIA

Hoje, nesta noite, a preocupação roubou-me o sono.
E estou acordado, pensativo, remoendo este momento que o sono me tira.
E nas divagações que o silencio me castiga,
perco a calma tentando encontrar respostas
Sem ao menos haver uma pergunta.
Mesmo assim, tento ludibriar a minha mente,
Fraseando em pensamento, repetidamente: Calma! Tudo será resolvido.
Exercitar a tranquilidade estando extremamente tenso, conflita-me a alma.
O sono parece que nunca terá forças para vencer o cansaço enquanto a noite sucumbe ao dia.
Inevitavelmente fico à mercê dos ponteiros do relógio, o qual, insiste em não parar.
E a cada tic-tac, inaudível e imaginário,
já que relógios não têm mais ponteiros,
pulsa o coração desesperado para encontrar uma saída.
Meus olhos, mesmo cansados, insistem em não fechar,
e as pálpebras pesadas mancham o olhar.
O tempo vai passando e o corpo rende-se a lassidão
No momento em que os cantos das aves noturnas,
em que as lendas causam medo,
calaram-se diante do clarinar do galo.
Já é dia! Quero dormir.