Amanhã sempre nasce outra rosa

É tua a rosa que te dei. Reavê-la eu não poderei... E pra quê?

Enquanto no tempo ela agora vai murchando dentro de um livro, que não é o teu favorito, desbotada e não viva, carrega lembrança do que passou, mas você ainda se intriga quando uma pétala sem cor, caída no piso da sala, te faz questionar a razão de ter guardado aquela flor.

Lembras de mim e que te dei a flor que era minha, mas não lembras o porquê, o tempo te fez criar algumas razões que não se encaixam, lhe faltaram provas que o orgulho surrupiou sem dó.

Eu lembro que uma de minhas rosas te dei, não vou negar, nunca soube bem o motivo, mas sei que a ti ela pertencia, era entregar-te ou no seu próprio ramo morreria. Ao olhar para a roseira no meu quintal recordo as rosas que colhi e dei pra quem pediu e pra quem nem queria, pra quem guardou e pra quem fingiu que não viu, toda vez que repenso vejo que a cada uma que cedi, lições de rosas e entregas aprendi, e minha alma sorri ao ver que possuo vida que floresce no interior da minha casa, essa vida rebrota e cresce.

Ah... Minha roseira deu e dará suas rosas, ela se renova, pois há quem a regue.

(Em 06/07/2017)