O cansaço da busca

Derrama um sono serenoso sobre as palpebras cansadas da minha alma cansada de supor a vida. Desce-me um cansaço de tudo na consciência inútil de qualquer busca ser compreendida.

Durmo a vida como quem trabalhou demais de tanto senti-la, e como o operário do cotidiano quero apenas dormir sem esperar outro dia.

Estou cansado e vencido, esgotado como um soldado baleado e resignado de sorriso frio em meio a neve! O pensar e sentir já não dão conta de controlar a vida! Tudo leva a nada!

O que busco?

não é nada de tangível e percebido, não tem nome nem se chama felicidade...

O ouro do pote não está no fim da busca? ou no começo do arco-íris?!

Dizem que a vida brinca de esconde-esconde consigo mesma, recolhendo-se para dentro do seu casco de pensamentos como uma tartaruga se escondendo de um predador, desdobrando-se num esquecimento de si, que busca o que esqueceu, e sorri como criança arteira de ver-se buscando no espelho de nossa alma cansada de sentir...

Um dia nós nos achamos surpresos de termos nos escondido no lugar que menos imaginaríamos....

rindo, talvez pensando:

- como pude me esquecer?

Mas...

assim cansado,

só quero dormir ao pé de mim...

Quando não se busca é que se lembramos do que buscávamos.

Assim me iludo e crio estas palavras tecendo-as com ideias que faço roupas do meu pensar frio e preguiçoso, costurando sentimento em letras que só escrevo para aliviar a febre de sentir...

...

Fiódor
Enviado por Fiódor em 22/06/2017
Código do texto: T6034590
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