O cansaço da busca
Derrama um sono serenoso sobre as palpebras cansadas da minha alma cansada de supor a vida. Desce-me um cansaço de tudo na consciência inútil de qualquer busca ser compreendida.
Durmo a vida como quem trabalhou demais de tanto senti-la, e como o operário do cotidiano quero apenas dormir sem esperar outro dia.
Estou cansado e vencido, esgotado como um soldado baleado e resignado de sorriso frio em meio a neve! O pensar e sentir já não dão conta de controlar a vida! Tudo leva a nada!
O que busco?
não é nada de tangível e percebido, não tem nome nem se chama felicidade...
O ouro do pote não está no fim da busca? ou no começo do arco-íris?!
Dizem que a vida brinca de esconde-esconde consigo mesma, recolhendo-se para dentro do seu casco de pensamentos como uma tartaruga se escondendo de um predador, desdobrando-se num esquecimento de si, que busca o que esqueceu, e sorri como criança arteira de ver-se buscando no espelho de nossa alma cansada de sentir...
Um dia nós nos achamos surpresos de termos nos escondido no lugar que menos imaginaríamos....
rindo, talvez pensando:
- como pude me esquecer?
Mas...
assim cansado,
só quero dormir ao pé de mim...
Quando não se busca é que se lembramos do que buscávamos.
Assim me iludo e crio estas palavras tecendo-as com ideias que faço roupas do meu pensar frio e preguiçoso, costurando sentimento em letras que só escrevo para aliviar a febre de sentir...
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