O retorno de Ícaro

Durante anos preso

As minhas asas amarradas

Mas timidamente vivas

Mexiam-se discretas

Para assim não atrofiarem

A luz por entre os vários vidros

Chega ao ponto perfeito

E começa a queimar

O tecido que as prende

Um processo lento e doloroso

Ainda sim com certeza

De que iria funcionar

Iria trazer o céu e as nuvens

Para as minhas asas

Logo chega o momento derradeiro

Que fugirei de meu cárcere

Puxarei meu algoz para alto nos céus

E o largarei

Para que ele finalmente

Se afogue no mar

Das próprias palavras vis

Edu Campagnolo
Enviado por Edu Campagnolo em 09/05/2017
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