A arte do erro

É delicioso dançar nas pontas dos seus dedos

Encontrar meu equilíbrio nas suas ondulações é magia pura

O prazer na orgia das nossas intenções misturadas é o ápice

Há algo entre nós se entrelaçando até sermos outros de nós

Cada um sendo definido diante da própria essência imutável

Os ciclos que protegem o âmago permitem a troca de fluidos

Os pensamentos se acasalam entre montanhas e planícies

As palavras vão sendo jorradas em êxtases que cada um retém

O que estava quieto e à espera acumula-nos inundando-nos

No meu naufrágio submerso, você transborda me levando junto

No silêncio precioso, sons mudos fazem escândalos saborosos

É calado que aquilo que quer ser, enfim ocorre e fica sendo

São nos aparentes erros que estão os maiores e melhores acertos

Conjunção distraída é efetivamente a que vale a pena comungar

O premeditado tem conhecimento prévio, o acaso não, nunca!

O carrossel apenas sempre girará monótono pelo mesmo círculo

Porém, escalar montanhas, caminhar por trilhas, trará surpresas

E o melhor de tudo: não há uma montanha e uma reta, mas muitas

Não há um motivo para ser círculo, mas todos para ser infinito

Nem toda pedra bruta deve ser totalmente lapidada ou refinada

No excesso do polimento há o risco de ser quebrada a beleza

Um bom artesão sabe o momento entre a perfeição e a catástrofe

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 09/05/2017
Código do texto: T5993785
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