cabelos negros e ondulados
ela saiu daquele poema do Byron porque
andava em beleza
desajeitada
nervosa
uma beleza incomum
esvoaçando seus cabelos
negros
e ondulados ao vento
ela faz sinal pra que eu
abra a porta e bato no vidro da janela
e vejo um sorriso se abrindo
naquela cara de batata
com um punho erguido
preparando o bote.
minhas mãos abrem caminho
por entre os metros de cabelos negros
e ondulados
esvoaçando ao vento
penso que não quero chegar em
casa tão cedo.