Silêncio ainda

Então houve uma pausa.

No fim do dia, uma mensagem e éramos nós, de novo, nos descobrindo, nos acalentando, nos conhecendo os avessos.

E mais uma vez ela me faz crescer sobre vários aspectos, ao me buscar no fundo de mim mesmo, ao me descrever com sua doçura, ao me preencher com sua candura, ao se despedir da minha procura, ao me calar no seu novo silêncio.

...

Nem mais um som, um sinal, um senão...

Prometi que deixaria Deus me embalar em Seu canto e Ele me encheu de uma saudade calma, trocando todo meu pranto e a agonia em minha alma pela tristeza de uma manhã chuvosa.

As horas passam em reverência, em cada assunto guardado pra depois, nesse paradoxo de nós dois, que tanto me faz vê-la chegando, a final, quanto desejo poupá-la de todo mal que minha presença pode trazer.

...

E é só o silêncio ainda...

Num recanto que Deus me deu, cheio da sua voz, na imagem do amor que dança por nós, na falta inefável do seu sorriso, na retórica muda de ser ainda preciso e que o silêncio não possa parar, onde o maior paradoxo do amor é amar.