Quero dias coloridos 
Aparecida Linhares
Serahnil 

Como um pássaro tenho asas e sou liberta, porém, não desejo voar.
Aquieto-me pela necessidade de refazer meus planos de vôo, repensar minha rota, pegar alguns atalhos...
Transbordam em meu peito, versos que sei, serem teus, mas paciente esperarei que o vento os leve, por serem versos equivocados, ditos, que não foram compreendidos.
Que sejam deixados comigo, apenas o som musical que alegra e me encanta, o romance, a amabilidade, a ternura, o afável que enobrece, no meu jeito de ver que a vida é bela e vale ser bem vivida.
A dramaturgia não é minha praia, eu prefiro o picadeiro, pois sou uma palhaça nata, fazer rir é tornar alguém feliz, ser feliz, isso é bom e assim, eu gosto.
Ludibrio o meu EU... Não permito que o inverno de lembranças más, enevoe o meu pensar, tirando o viço vibrante, escolhido para ser a cor do meu dia. Quero ter de volta o brilho amarelo que reluz, quero o calor aconchegante do sol da minha terra, me acordando para a vida todos os dias.
Quero, no azul celeste do infinito ver as nuvens brancas, formando imagens, para que eu possa admirar a capacidade do artista que não vejo, mas sei que existe e ELE é fantástico!
Acentuo intencionalmente em cada verso o meu inverso, meu intuito é não lembrar, que um dia fiz poesia carregada de nuvens escuras, pesadas não de água que derrama gotas de chuva que vivifica, mas sim recheadas de lembranças que esvaziam, acabrunham e doem!
Por mim, o foco atual é a natureza, toda sua magnitude e beleza. Penso no esplendor da vida em si, no arquiteto criador e sua inigualável sabedoria.
Preciso  me lembrar de te esquecer, és a minha poesia concreta mal versada.
Conheço-me, imediata não criarei raízes, logo, estarei esquecida dos dissabores.
Irei experimentar os anéis de saturno, já examino um mapa, preciso saber que caminho tomar para chegar até lá.  Joguei fora a aliança que um dia significou algo para mim, mas que nada mais era que água em estado sólido, sem ter a curiosidade dos anéis intergalático.
Olho agora nos pingos da chuva, vejo a transformação imediata na paisagem, sorvo o cheiro gostoso da terra molhada e não lembro o aroma do teu perfume.
É difícil não te ver nas coisas que eu gosto. Contudo, somos tão diferentes: eu sou calma como um remanso, tu é a turbulência da maré em ressaca.
Distraio-me com os cavalos marinho, recomponho-me com o arco-íris que bebe água no oceano, reconto as suas cores, relembrando que são sete e o significado de cada uma delas:

Vermelho = paixão e coragem 
Laranja= comunicação, cordialidade
Amarelo = alegria, luz, jovialidade 
Verde = esperança, paz, equilíbrio, confiança 
Azul = calma mental, harmonia e autoridade
Anil (ou Índigo) = sinceridade, respeito, individualidade e Violeta = espiritualidade.
Envolvo-me com o que me anima, nas entrelinhas do que escrevo os versos ainda são teus, vejo-te agachado atrás de um arbusto frondoso , confortavelmente sentado.
Espia-me! 
Ignoro que te vejo, quebro o teu silêncio que grita em mim, abafo o teu grito assobiando a música que gosto e nunca foi nossa, pois a compus pra mim.
Não lembrarei de ti eternamente, pois só preciso me lembrar de mudar o meu querer, assim, liberta eu estarei pronta para fazer alguém sorrir e outra vez, estarei alçando voo, pois os desejos mudam e os meus sonhos também
Passar bem!
Aparecida Linhares (Serahnil)
Enviado por Aparecida Linhares (Serahnil) em 24/04/2017
Reeditado em 20/08/2017
Código do texto: T5979532
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