Dias monocromáticos. Dias iguais aos seus.
As lembranças de hoje à tarde parecem as de um dia qualquer, o tempo tem corrido entre os ponteiros do relógio e a vida passa, mesmo que vagarosa e monotonamente. Depois de algumas décadas e algumas decepções tudo se torna estranhamente comum. A foda quente, o pornô da madrugada, as idas ao trabalho, o nascer do sol, o abrir dos olhos. Criamos um mundo automatizado, com máquinas de carne e osso e sentimentos mecanizados. Quero o prazer do sexo selvagem, a doçura dos beijos, a vida em sua essência. Não esse roteiro enlatado que nos enfiam goela a baixo e chamam de ser bem-sucedido. Quero humanos de verdade. Quero acordar desse longo pesadelo, dessa longa odisseia à procura da liberdade.