O ceifador

E por um instante o mundo parou; as regras que ditam nosso comportamento deixaram de existir. Então poderíamos ser o que quiséssemos, mesmo diante de desconhecidos, ricos, etc. Passamos a nos Vestir como se estivéssemos em casa em manhã de domingo: Com a sandália do homem aranha, casaco com estampa do bob esponja e gorro em cores de abelha.

Quando o mundo move, o que realmente somos não deixa de existir, apenas omitimos para sermos aceitos pelo mundo real. Ou será irreal? Ou será surreal?

No fluxo do progresso/capitalismo, avistei homens que foram transformados em operários e levam a vida com o fardo da prostituição social, pois vendem seus corpos para terem o que comer.

Assim, o menino que sonhava em salvar vidas, hoje, não tem domínio nem sobre a própria. A menina que queria muito ser bailarina, movimenta-se aos passos da monótona dança. A criança que teve seu direito de ser criança arrancado; fora obrigada a tornar-se soldado, empunhar um fuzil e lutar por algo que ela desconhece. Por enquanto ainda consegue resistir, vestindo-se com uma asa de fada e calçando galocha azul; quer continuar sonhando e vivendo a magia do que é belo, mesmo tendo que segurar um instrumento ceifador de vidas.

John Canere
Enviado por John Canere em 13/02/2017
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